Finanças

Guerra no crédito à habitação: ‘Spreads’ atingem mínimos de nove anos

Descida dos ‘spreads’ é transversal a quase todos bancos no mercado português. Mas há alguns que estão a descer mais os custos do crédito.
27 mai 2019 min de leitura
A ‘guerra’ dos spreads está ao rubro. Apesar de o Banco de Portugal ter criado travões à concessão de crédito aos particulares, os bancos continuam a carregar no pedal e o financiamento para a compra de casa vive o melhor ciclo desde a troika. As instituições financeiras estão a esmagar as margens de lucro e oferecem spreads mínimos entre 1% e 1,5%. É preciso recuar nove anos para encontrar spreads tão baixos.

O economista e presidente da IMF- Informação de Mercados Financeiros, Filipe Garcia, justifica estas descidas com dois fatores distintos. “Por um lado, os bancos percebem que o crédito para a compra de casa é uma importante âncora na relação com os clientes, o que significa também que um banco pouco competitivo nesta matéria arrisca-se a perder clientes ou a ficar com uma imagem de banco ‘caro’. Por outro lado, os bancos também têm interesse em estar num mercado que rende bastantes comissões ao longo de muitos anos e estão a ver o sucesso relativo dos que avançaram primeiro para a redução de spreads”.
 
Filipe Garcia acredita que esta tendência de baixos spreads irá continuar. Explica, contudo, que é pouco provável que, apesar desta guerra da concorrência, os spreads venham a baixar para os níveis antes da crise, a rondar os 0,5%: “Sempre me pareceu improvável que os spreads descessem dos 1%, mas reconheço que agora pode ser atrativo para algum banco quebrar essa barreira para se diferenciar dos demais”, no entanto, “vejo com dificuldade um regresso aos 0,5%. “Tendo em contas as Euribor atuais, mesmo a 12 meses, isso significaria taxas de juro finais mesmo muito baixas”.
 
De uma forma geral, fazer um crédito à habitação é hoje mais barato do que há um ano atrás. Se tivermos em conta a média dos spreads mínimos praticados atualmente pelos bancos a operar em Portugal e que se situa nos 1,21%, fazer um crédito de 100 mil euros, indexado à Euribor a 12 meses com um prazo de 30 anos, comporta um encargo mensal de menos seis euros do que em maio do ano passado. Se olharmos para o montante total imputado ao consumidor (MTIC), que corresponde ao valor global que o cliente paga pelo empréstimo, incluindo custos com juros, comissões, impostos, seguros e outros encargos, a poupança é de 2.100 euros.


Fonte: O Jornal Económico
Foto de: Soica Lonela em Unsplash
 
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